“Escrever para o futuro, como se sua vida dependesse disso, é escrever duro”, diz Alexis Wright, escritora australiana e autora de Praiseworthy [Louvável, sem tradução em português], um romance que nos apresenta uma narrativa inusitada ao longo de quase 700 páginas deslumbrantes de poesia, ternura, liberdade e raiva. Wright, Aborígine do povo Waanyi, cresceu no norte da Austrália escutando sua avó: “Ela me inculcou que eu deveria estar aberta à sabedoria ancestral”. Praiseworthy é uma amostra espetacular dessa sabedoria, alcançada também durante os anos em que Wright passou viajando e trabalhando na Austrália Central; anos em que a escritora despontou como uma das grandes autoras do país e recebeu uma infinidade de prêmios desde que causou forte impressão com outro romance, Carpentaria.
“Agora moro em uma área conhecida como a cunha verde [região ambientalmente protegida] do subúrbio de Melbourne, cercada por bosques de Eucaliptos e Acácias. Sou uma pessoa que gosta da vida a céu aberto e frequentemente trabalho e escrevo ao ar livre.” Uma consequência dessa vida é este livro, Praiseworthy, no qual 5 milhões de Burros, um sem-fim de Borboletas e o mar nos convidam a mudar nossa percepção do mundo. A nos questionar sobre a soberania cultural, o selvagem e a velocidade.
Ao escrever Praiseworthy, diz Wright, fazia sentido pensar numa cadência diferente, no estilo e no ritmo lento do yidaki [instrumento de sopro tradicional também conhecido como didjeridu], das baquetas de percussão, dos cantos cerimoniais que combinam com o pulso da vida na terra, das batidas do coração. E usar um acorde Aborígine para reescrever qualquer narrativa oficial com o humor cotidiano que costuma ser encontrado em todo o mundo Aborígine. “As ideias iniciais para o livro surgiram quando propus perguntas muito simples, mas enormes, sobre o que poderia acontecer com o futuro de nosso povo e a cultura deste continente. O destino de nosso povo se assemelha ao das pessoas mais pobres da Terra, as primeiras a ser oprimidas e que continuarão a ser as primeiras a sofrer os efeitos de qualquer colapso global.”
Aborígine do povo Waanyi, a autora cresceu no norte da Austrália sob os preceitos da sabedoria ancestral transmitidos por sua avó. Despontou com o romance Carpentaria. Foto: Darren James
LITERNATURA – Os Burros são o ponto de partida para a ideia central do romance. Qual a presença deles na Austrália hoje? Se já não são utilizados no trabalho agrícola, o que foi feito com eles?
Alexis Wright – Sabemos que há 5 milhões de Burros selvagens espalhados pelo norte da Austrália. Originalmente, foram introduzidos na Austrália colonial como animais de carga, junto com os Camelos, porque ambos eram mais resistentes do que os Cavalos aos extremos do clima e da geografia local. Os Burros, robustos e vigorosos, sobrevivem bem nos ambientes áridos da Austrália. Com a introdução do transporte motorizado, no início do século 20, muitos desses animais foram soltos ou abandonados. Desde então, eles perambulam livremente e continuam a se reproduzir, o que resultou em grandes populações em áreas remotas do norte. Os Burros selvagens eram geralmente considerados pragas que causavam danos ao meio ambiente e às pastagens. Os programas de erradicação incluíam esterilizá-los e usar helicópteros para abatê-los a tiro. Hoje em dia, porém, depois de estudos e pesquisas, acredita-se que o nicho ecológico dos Burros possa beneficiar o ecossistema natural ao substituir a megafauna australiana extinta.
Por que você escolheu os Burros e as Borboletas como as espécies principais de sua história?
Amo todas as criaturas do mundo natural. Por que as Borboletas? O mundo faz girar a própria vitalidade, e a força infinita dessa energia criativa brilha por toda parte – estendendo-se para além de nossa capacidade de compreensão e eclipsando os problemas da humanidade. É difícil não perceber isso. Mas estamos aprisionados no imenso oceano que criamos a partir dos nossos pensamentos menores. Assim, por que não escrever sobre as ilimitadas e resplandecentes possibilidades que temos? Por que não tentar agarrar os ramos de Salgueiro que voam ao vento através das paredes arruinadas do pensamento, ou contemplar o êxtase do Camundongo pulando ao longo de caminhos ancestrais, das Borboletas em seus padrões de voo? Ou por que não nos deixar iluminar por Mariposas, acompanhar Besouros em suas jornadas, sentir a inclinação das árvores que caem, ver os vestígios de um campo de relâmpagos, as marcas de poder dos ancestrais espirituais? Sentir o pulso de viajar pelo campo sem medo de perder o caminho de volta?
Um dos personagens principais de Praiseworthy é alguém que poderíamos chamar de sonhador cultural, obcecado pela época: o aquecimento global. E esse sonhador sabe que aqueles que são pobres como ele, como seu povo, não podem depender de uma pessoa ou de governos australianos para ajudá-los a sobreviver. Mas não estamos isolados uns dos outros. Estamos todos interconectados. Somos todos parentes, todos dependemos do mesmo planeta para sobreviver. Portanto, esse personagem, conhecido por seu povo como Cause Man Steel, Widespread ou Planet [Homem-Causa de Aço, Extenso ou Planeta], fica obcecado por saber de que forma seu povo, a sabedoria ancestral e as leis de sua cultura antiga sobreviverão em tempos de incerteza global. Em seu raciocínio, os povos Aborígines sobreviveram em seu país por milênios, e não o fizeram esperando sentados que as coisas se resolvessem. Como o fizeram? Eles desejaram a sobrevivência. Widespread elabora um plano que utiliza apenas sua inteligência e pouquíssimos recursos: empregar os 5 milhões de Burros selvagens da Austrália para desenvolver um sistema de transporte adequado à nova era. Uma era sem combustíveis fósseis. Sem a Qantas [a maior companhia aérea da Austrália]. É um plano repleto de dificuldades, incluindo a profunda aversão que seu próprio povo sente em relação aos Burros.
Widespread busca o Deus Burro seguindo o Dreamtime ou Dreaming, o tempo do sonho, o momento da criação. Que importância têm os sonhos hoje entre os Aborígines australianos?
A Austrália está totalmente atravessada pelas antigas leis dos ancestrais da criação. Essas leis poderosas são sagradas e permanecem sólidas. O que é surpreendente em nossa cultura antiga é sua força, que nos permitiu sobreviver em tempos infernais. Acima de tudo, ela faz com que mantenhamos os pés na terra. A conexão com a terra é a nossa força.
Com quais animais você sonha?
Se eu não estivesse escrevendo livros, provavelmente sonharia mais com animais. Enquanto escrevia Praiseworthy, sonhava com frequência que estava perdida e não conseguia encontrar o caminho de casa. Talvez esses sonhos fizessem parte de algo mais: um grito do subconsciente, de um país que clamava que eu sonhasse com animais em vez de me preocupar tanto em escrever Praiseworthy.
No romance, você fala da má qualidade do ódio. Odiamos de maneira pior do que no passado?
Praiseworthy é uma tentativa de capturar o espírito de nosso tempo. Em nossa cultura, somos advertidos de que se não nos preocuparmos com nosso país, nosso país não se preocupará conosco.
A liberdade e a natureza selvagem estão no coração do seu livro. O romance em si é um espetáculo de liberdade. Há um trecho em que as autoridades decretam a eliminação dos animais selvagens, mas logo começam a fazer exceções. Para você, o que é ser selvagem, o que é ser domesticado?
O romance tem muito de selvagem. A começar por seu tamanho. Enquanto escrevia, intuí o papel da literatura no futuro: obras mais volumosas serão escritas. Precisamos compreender melhor as crescentes incertezas que a humanidade enfrenta. Acredito que serão obras de grande porte que promoverão uma literatura mais forte e nova e nos ajudarão a desenvolver uma compreensão mais sólida deste momento de retrocesso belicista de uns contra os outros. Estamos nos preparando para a luta de nossas vidas, na qual toda vida é importante.
Ciclones, incêndios, pragas de espécies invasoras. Tudo isso faz parte da trama. Dizem que a Austrália é o laboratório da mudança climática. O continente se vê como um rato de laboratório?
Não. A realidade da mudança do clima é que ela é mundial. Não há refúgio seguro em lugar algum do planeta diante do aquecimento global.
Queimada na Austrália Central. ‘Ainda que muitos australianos sintam a necessidade de cuidar do meio ambiente, na realidade esse nem sempre é o caso.’ Foto: Andre Sawenko
É difícil encontrar outros Widespreads na Austrália? Refiro-me a Aborígines independentes e capazes de promover projetos benéficos para os próprios Aborígines, à parte dos governos.
No começo de setembro de 2024, tive a honra de discursar na abertura do 40º aniversário do Carpentaria Land Council [Conselho Territorial de Carpentaria]. Sou integrante do conselho, que é formado por nove nações Aborígines, incluindo meu território de origem, Waanyi, nos altiplanos do sul da remota região do Golfo de Carpentaria, uma área de 85 mil quilômetros quadrados de terra e mais de 600 quilômetros de costa. Isso é parte do que eu disse no discurso: “Sempre admirei o fato de que o Conselho Territorial de Carpentaria prioriza esforços para entusiasmar os seus jovens. O conselho reconhece que nossos jovens são o coração de nossa cultura e os incentiva a se prepararem para o futuro. […] É algo que vemos no magnífico trabalho e nas realizações das unidades de guarda-florestal. Nossos guardas-florestais estão aprendendo a proteger o mundo que deixarão para seus filhos. Também estão aprendendo a ser bons ancestrais vivos no mundo moderno, adquirindo conhecimentos culturais e científicos e construindo economias sólidas nos lugares em que vivem. Eles estão sendo preparados para encarar o futuro com grande esperança, para saber que nasceram para estes tempos e para saber que estão aprendendo a trabalhar pelo futuro aqui e no resto do mundo. […] Isso não tem coisa alguma de novo. Trata-se da velha sabedoria. Murrandoo Yanner, um líder Gangalidda e um dos mais importantes sábios do Golfo de Carpentaria, diria que construir futuros econômicos sustentáveis para o povo de nossas terras é recuperar uma parte de sua soberania”.
Widespread também é definido como “um anti-homem do momento”: um “ambientalista”. De que maneira os ambientalistas são vistos na Austrália?
Ainda que muitos australianos sintam a necessidade de cuidar do meio ambiente, na realidade esse nem sempre é o caso. Os políticos apoiam o uso e o desenvolvimento de novas minas de combustíveis fósseis. Acredito que alguns ainda neguem que a mudança climática esteja acontecendo.
Mas os Aborígines também terão, e têm, questões com ambientalistas que preferem enxergar o meio ambiente como se fosse algo desprovido de pessoas, sem reconhecer que os povos originários sempre estiveram ali e cuidam de suas terras soberanas tradicionais há dezenas de milhares de anos.
Widespread quer ganhar dinheiro para melhorar sua comunidade. Ele se apresenta como empreendedor, com uma solução que é tão inesperada quanto promissora. Trata-se de um empreendedor Aborígine. Essa figura é comum em obras australianas?
Acredito que não, mas posso estar errada. Provavelmente não há outro personagem como Widespread na literatura australiana. Ainda.
Os homens são a maioria dos personagens principais. Por quê?
Praiseworthy se deve mais a um processo imaginativo e criativo do que a qualquer expectativa, convenção ou insistência sobre o que um romance deve fazer ou conter. Decidi muito cedo em minha carreira de escritora não me prender às expectativas de outras pessoas sobre o que eu deveria escrever ou sobre o que uma obra literária australiana ou Aborígine deveria ser. Eu não queria me limitar ou me submeter ao que é publicável na Austrália ou em qualquer outro lugar. Não aspiro a um lugar aceitável no status quo, a cumprir agendas de outras pessoas e nem ao que usualmente é definido como literatura “adequada”. Sou movida por outros desafios. De qualquer forma, em Praiseworthy, há Dance Steel, a Moth-er [algo como “Mãeriposa”, numa brincadeira com as palavras mother e moth, que em inglês significam mãe e mariposa]. Ela é um personagem central. Foi um prazer escrever sobre ela.
Muitos anos se passam entre a publicação de seus livros. Qual é o seu método de escrita?
Vivemos expostos a múltiplas experiências. A complexidade é importante, dá vida aos mundos literários, e sua riqueza constrói a experiência imaginativa. A escrita de Praiseworthy foi vagamente guiada por uma coleção de anotações e objetos muito queridos. A forma das coisas que vivem no coração, a força vital de todos os mundos e de todos os povos, a grande colheita da sensibilidade, a sabedoria antiga e a nova, o intelecto, a motivação, a pura coragem e a tenacidade. Essas foram algumas das coisas que aprendi durante mais de meio século de luta pelos direitos dos Aborígines. Encontrei inspiração em presentes aleatórios e de sorte inesperada: a pena de um pássaro ou o ninho que caiu da árvore mais alta numa tempestade noturna e flutuou até aterrissar, intacto, no jardim. Nos verões que passei escrevendo este livro, durante décadas, observei Borboletas dançando entre os arbustos e sobre nossos jardins. Antes mesmo de a primeira palavra chegar à página, eu já sabia que esta seria uma obra literária enorme. Uma história contada em segmentos, sem pressa. Por que correr?
Nosso mundo existe há milênios, tem uma cultura interconectada em todo o continente, ele mesmo é todo fragmentado pelas enormes consequências do roubo colonial de terras e de recursos, e vive em alerta diante dos ataques contínuos à soberania da terra. Nossa situação nos conecta a um número crescente de pessoas, milhões delas, sem terras e perseguidas em todo o mundo, que sofrem com a guerra, a colonização, a mudança do clima, sendo arrancadas de seus países, de seus lugares de origem. Em um trabalho tão grande, era importante manter constantemente o senso de direção, sem distrações, e portanto não importava se eu estivesse no escritório de minha universidade, em meu estúdio, no jardim, num parque, no mato, ou se estivesse viajando ou sentada em um café. O foco estava e permaneceu sempre no livro. Aprendi a escrever em qualquer lugar e a qualquer momento, totalmente alheia a qualquer coisa que estivesse acontecendo ao meu redor.
A escritora na campina. ‘Nos verões em que escrevi este livro, observei Borboletas dançando a vida entre arbustos e sobre os jardins.’ Fotos: Toly Sawenko e Robert Ham/Wikimedia Commons
Por meio do personagem Tommyhawk Steel, você reflete quanto à perigosa influência da tecnologia sobre os jovens. A avalanche de informações virtuais está afetando as crianças Aborígines?
A leitura atenta de Tommyhawk revela de que forma uma história colonial de políticas governamentais continuamente equivocadas causa danos intergeracionais no mundo Aborígine. Se você tira de uma cultura a governança e a direção de seu próprio futuro, o que pode esperar em troca? O que estamos vendo agora é que as crianças nascidas durante a Intervenção de Emergência no Território Norte, implementada pelo governo federal australiano em 2007, se rebelam, seguindo seu desejo pessoal de destruir o status quo. O resultado: encarceramento, racismo e desigualdade. Elas cresceram vendo essa política governamental tirar a autoridade de seus pais e dos mais velhos. Agora, essas crianças estão em um caminho de destruição de suas próprias vidas e das vidas de seus opressores, especialmente no norte da Austrália.
Que papel o mar e a água desempenham no imaginário Aborígine?
Os povos Aborígines que vivem perto do mar têm um relacionamento espiritual profundo com a água, tão profundo quanto com a terra. O país do mar está plenamente representado nas mais antigas leis, sagas e na literatura. O mar é predominante em várias obras da literatura australiana escritas tanto por Aborígines quanto por não Aborígines. Um pequeno exemplo são o trabalho dos romancistas Tim Winton [publicado no Brasil pela editora Paz & Terra], Beverly Farmer, falecida em 2018, e Kim Scott, do povo Noongar. Este continente é rodeado pelo mar. Temos uma relação estreita com ele.
Você escreveu que é difícil matar um sonhador. Ainda que os fatos pareçam demonstrar o contrário. Por que é difícil?
Se vivêssemos sem sonhadores, sem aqueles que pensam grande, que sentem o impulso de criar um planeta mais justo, o mundo seria de fato um lugar triste.
Em Praiseworthy a incapacidade dos narradores de imaginar é criticada.
Um visionário como Widespread pode causar problemas aos narradores. Eles não gostam de sua aparência. Não gostam de sua visão. Os narradores deixaram de pensar, não têm tempo para pensar ou descobriram que seus pensamentos não tiveram importância nem em suas vidas nem nas vidas de gerações de seu povo.
A morte de Aboriginal Sovereignty [Soberania Aborígine] terá algum significado?
Essa foi uma das principais preocupações do livro: o que essas duas palavras significam após dois séculos de atos contínuos e brutais de colonização. Essa preocupação é explorada por meio do personagem chamado Aboriginal Sovereignty, e seu suposto suicídio captura o imaginário de Praiseworthy. Enquanto as pessoas o procuram no mar, elas se perguntam: onde está a Soberania Aborígine?
No início do livro, você menciona o poeta irlandês Seamus Heaney (1939-2013). Por que ele é um ponto de referência para você?
Quando comecei a pensar na possibilidade de escrever, estudei obras literárias de todo o mundo. Precisava da orientação de um mentor. Eu já tinha muitos mentores nas melhores mentes do mundo Aborígine. Viemos de um mundo de contadores de histórias. Conhecemos a literatura. Sabemos como narrar uma saga que se estende por todo o país. Mas, no mundo da escrita, achei que precisava de alguém como Seamus Heaney. E, por meio de suas obras, suas palavras, sua compaixão, e de uma situação de colonização semelhante à nossa, foi um conforto entender de onde ele vinha, enquanto eu aprendia a desenvolver minha própria voz como escritora.
Outro nome: o que você acha de The Songlines, a obra em que o escritor britânico Bruce Chatwin (1940-1989) escreveu sobre a espiritualidade Aborígine?
Embora eu tenha lido muito, ainda não li The Songlines [sem tradução no Brasil]. Venho do movimento Aborígine, no qual nosso objetivo era obter direitos para nosso povo aqui e agora. Procuramos respostas em todo o mundo. Eu as procurei nas obras de autores que tivessem uma conexão ininterrupta com seu país e escrevessem a partir dela. Eu estava, principalmente, procurando uma maneira de escrever este país por meio de uma história que não começasse com a chegada de um colonizador britânico há 200 anos. O que eu queria era entender como escrever todas as épocas do mundo Aborígine. Isso era o mais importante quando comecei minha jornada como escritora.
Praia em Arnhem Land, no Território Norte. Os Aborígines que vivem perto do mar têm um relacionamento espiritual profundo com a água. Foto: Andre Sawenko
Gabi Martínez escreveu sobre desertos, rios, mares, montanhas, deltas e todos os tipos de seres vivos. Viveu durante um ano com pastores em uma dehesa (ecossistema tradicional de agrofloresta e pastagem em uma região rural em La Siberia, na Espanha) e outro na última casa antes do mar na Ilha de Buda, na Catalunha, a primeira a ser engolida pelas águas nos anos seguintes. Depois dessas experiências, Martínez escreveu Um Cambio de Verdad e Delta. Sua obra inclui 16 livros e foi traduzida em dez países. O autor impulsionou o projeto Liternatura, é membro fundador das Asociaciones Caravana Negra e Lagarta Fernández, de la Fundación Ecología Urbana y Territorial, e codiretor do projeto Animales Invisibles. Em SUMAÚMA escreve para o espaço LiterNatura.
Texto e reportagem: Gabi Martínez
Edição: Viviane Zandonadi
Colaboração: Meritxell Almarza (espanhol)
Editora de fotografia: Lela Beltrão
Checagem: Plínio Lopes
Revisão ortográfica (português): Valquíria Della Pozza
Tradução para o português: Paulo Migliacci
Tradução para o inglês: Charlotte Coombe
Montagem e finalização: Natália Chagas
Coordenação de fluxo editorial: Viviane Zandonadi
Editora-chefa: Talita Bedinelli
Diretora de redação: Eliane Brum