Bom dia!
Nesta segunda newsletter-semente, SUMAÚMA amplifica a melhor notícia dessas eleições, o que é realmente novo: o recorde de candidaturas indígenas, com a presença de um número significativo de mulheres, hoje as principais protagonistas da luta pela conservação da floresta amazônica e de todos os demais enclaves de natureza onde os povos originários resistem. Com o mote de “aldear a política”, as candidaturas indígenas devolvem à política brasileira o próprio cerne da democracia, que é representar o coletivo. Como Maial Payakan, acompanhada por semanas pela repórter paraense Catarina Barbosa, em suas andanças por um Pará coalhado de grileiros, madeireiros e pistoleiros. Não faz diferença ser ela ou uma de suas irmãs Kayapó a candidata, porque o indivíduo é uma exigência do jogo dos brancos. Ela, Maial, é um corpo coletivo. É seu povo que fala por ela ou não será escutada.
Ao proporem aldear a política, os indígenas resgatam o melhor espírito da tão maltratada democracia brasileira. É deste útero que nasce também a candidatura de Chirley Pankará, em São Paulo, contada por Carla Jimenez, editora-chefa de Sumaúma. Sonia Guajajara, uma das mais respeitadas lideranças indígenas do planeta, candidata a deputada federal, é a articulista desta edição. Sonia escreve enquanto a Amazônia queima e pelo menos sete indígenas foram assassinados em setembro, em diferentes pontos do Brasil, mostrando a sangue e fogo o que está em disputa nestas eleições.
SUMAÚMA vota indígena. SUMAÚMA vota mulher.