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EDIÇÃO 11 |
terça-feira, 28 fevereiro, 2023 |
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Nossa Voz
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A natureza é o clima: esquecemos disso por nossa conta e risco
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Cara comunidade SUMAÚMA,
As enchentes e os deslizamentos que na semana do carnaval causaram destruição no litoral norte de São Paulo são bem mais do que desastres naturais – eles precisam ser reconhecidos como eventos provocados por mãos humanas. Quanto mais nós devastamos a Amazônia e outros pilares vivos do mundo natural, menos estáveis ficam o céu acima e o solo abaixo de nós.
Agora que entramos na era das rupturas climáticas, calamidades tão ou mais perturbadoras vão ocorrer mais vezes e alcançarão mais gente de todas as camadas sociais. Moradores das periferias pobres conhecem bem essa realidade, porque historicamente são empurrados para as paisagens mais degradadas e vulneráveis. A classe média urbana até outro dia podia viver bem em sua bolha de ar-condicionado fingindo que nada mudou, enquanto os super ricos bem informados conseguiam se antecipar, agindo como indivíduos egoístas, e construir os próprios bunkers para se esconder do apocalipse.
A última tragédia mostrou que nem mesmo o dinheiro pode garantir uma fuga segura. A enchente monstruosa – causada pelo dobro da média de chuva para o mês inteiro de fevereiro em apenas nove horas – inundou e fez desmoronar barrancos desmatados sobre a estrada entre São Paulo e as praias de São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba e Bertioga. Ao menos 65 pessoas morreram, 4 mil foram forçadas a deixar suas casas e inúmeros paulistas ricos que naquela semana de carnaval buscavam refúgio no litoral viram o feriado se transformar em pesadelo.
Limpar a lama e reconstruir o asfalto não resolve os problemas. Catástrofes assim vão se repetir a não ser que a sociedade reconheça a importância de restaurar a desgastada infraestrutura natural do Brasil. No estágio atual da história da humanidade, esse desafio urgente se impõe a todos os países – se o século 20 foi o do concreto e aço, o 21 deve ser o do plantio de árvores e da proteção dos biomas essenciais para a estabilidade climática.
Você encontrará o artigo completo a respeito desse assunto – que engloba política, meio ambiente e sobrevivência – no link abaixo. Desejamos, ainda, que aproveite as histórias mais recentes publicadas em SUMAÚMA e reunidas nesta que é a 11ª edição da nossa newsletter.
Agradecemos por estar conosco mais uma vez,
Jonathan Watts
Idealizador e diretor de relações internacionais de SUMAÚMA |
LEIA AQUI
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ReXistência
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O primeiro ato de Beatriz Matos, viúva de Bruno Pereira
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Em entrevista a SUMAÚMA, a antropóloga afirma que seu marido não teria sido assassinado se o governo bolsonarista não tivesse sido negligente. Nomeada diretora do Departamento de Proteção Territorial e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato do Ministério dos Povos Indígenas, Beatriz voltou pela primeira vez ao Vale do Javari desde a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips em 27 de fevereiro. Um dos objetivos da viagem era levar um recado: o Estado vai retomar a região das mãos do crime organizado. |
ELIANE BRUM, ALTAMIRA/PARÁ
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DIÁRIO DE GUERRA
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Prefeito garimpeiro convoca a população a resistir
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Valmir Climaco, de Itaituba, nega a evidência mais do que comprovada de que há garimpo em terra indígena na região, diz que usou o altamente tóxico mercúrio como remédio, fala que Bolsonaro "abriu as pernas" para os garimpeiros de Roraima, elogia Lula e garante que assim que deixar a prefeitura vai voltar a garimpar. |
CATARINA BARBOSA, BELÉM DO PARÁ
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Opinião
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Aja, presidente Lula
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Professores de Direito do King's College e da Universidade Federal de Minas Gerais pedem a Lula que use seu poder constitucional para acabar com a brecha que facilita a compra de ouro extraído de terra indígena: "O que pode ser mais urgente do que eliminar um dos principais incentivos à atividade que está matando crianças e velhos e devastando a floresta?", perguntam. |
OCTÁVIO FERRAZ E THOMAS BUSTAMANTE
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Direitos da Natureza
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A sumaúma que comoveu Belém
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Belém viveu uma comoção coletiva no dia 6 de fevereiro. Uma famosa samaumeira de 200 anos de vida tinha ido ao chão naquela madrugada. A cidade amanheceu triste e SUMAÚMA foi em busca de entender por que uma árvore, a mesma que dá nome à nossa plataforma de jornalismo, inspira tanto carinho. |
HELENA PALMQUIST, BELÉM DO PARÁ
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ReXistência
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Dorothy Stang: santa ou onça?
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Símbolo de luta para ativistas ambientais e dos direitos da terra, a missionária estadunidense Dorothy Stang, assassinada 18 anos atrás, hoje é retratada no imaginário popular tanto como onça quanto como santa. "Na floresta, contradição é síntese." |
EDIMILSON RODRIGUES DE SOUZA
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