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Sumaúma: Jornalismo do Centro do Mundo
EDIÇÃO 13
quinta-feira, 30 março, 2023
A solução para a crise mundial da água corre nas veias da Amazônia
Cares Sumahumanes,

Obrigado por entrarem no fluxo de nossa mais recente edição.

Muitas pessoas acreditam que a floresta é feita só de árvores. Esse é um erro grave – e não apenas porque há milhões de outras espécies debaixo de suas copas. A floresta é em grande parte água. A Amazônia é uma confluência de poderosos rios – e eles são as veias que tornam possíveis todas as outras vidas. Não há floresta sem rios. E os rios, sem a floresta, são pouco além de canais.

Por essa razão, as nascentes dos rios não devem apenas ser protegidas, mas cuidadas e nutridas como se fossem nossas próprias vidas. Os povos indígenas têm tratado as nascentes como espaços sagrados por milênios. Mesmo assim, suas comunidades vivem sob constante ameaça, suas terras são invadidas, e as águas, contaminadas por produtos químicos tóxicos da mineração, como o mercúrio. Tudo isso para dizer que, quando falamos de água, trata-se de direitos indígenas e de direitos da natureza.

Assim, foi com grande interesse que SUMAÚMA assistiu à Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Água, que aconteceu em Nova York na semana passada. Foi o maior encontro sobre o tema em uma geração. Um estudo publicado antes do evento previu que a demanda global por água doce vai ultrapassar a oferta em 40% por volta de 2030. Isso aumentará muito os riscos de desastres humanitários, conflitos internacionais e colapso de ecossistemas.

O Brasil deveria ser protagonista desse debate. O país tem mais água doce do que qualquer outro no planeta, e a maior parte dela está na Amazônia. Contudo, como muitas reportagens destacadas nesta newsletter deixam explícito, o Brasil pode ser abençoado com água, mas é também amaldiçoado por aqueles que a administram. E por muito tempo ignorou as vozes daqueles que melhor cuidaram da saúde de seus rios.

A conferência acabou num turbilhão de acordos, promessas de novos grupos de estudos científicos e compromissos para a doação de tempo ou dinheiro por parte de governos, empresas e ONGs, tudo com a intenção de aliviar a crise hídrica. SUMAÚMA compartilha desse objetivo. Mas, se o mundo está realmente levando isso a sério, o primeiro passo é enxergar a água como vida – e não como recurso – e dar muito mais à natureza, protegendo as nascentes e fortalecendo os direitos dos povos indígenas, que já provaram saber como cuidar da comunidade-natureza.

Águas limpas e saudáveis a todes,

Jonathan Watts
Idealizador e diretor de relações internacionais de SUMAÚMA
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Em entrevista a SUMAÚMA, Rodrigo Agostinho afirma que a decisão sobre o projeto da Petrobras de explorar petróleo na costa do Oiapoque será tomada com o exame ‘de todos os impactos possíveis e imagináveis’ e que a licença da hidrelétrica só será renovada se a ‘vida do rio Xingu estiver garantida’

CLAUDIA ANTUNES
Os 8 mil metros cúbicos por segundo que destroem a Volta Grande do Xingu

Graças ao pedido de impugnação do seminário que discutiu o sequestro da água pela usina de Belo Monte, os pesquisadores descobriram que a vazão que está causando uma catástrofe humanitária e ambiental na Amazônia foi definida a partir de um estudo frágil e precário, que jamais permitiria determinar o volume necessário para a reprodução da vida

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O tempo está fechando: povos isolados correm risco de extinção

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SUMAÚMA

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