O rio, sozinho, leva a canoa que cansa de servir de caminho para a esperança. É o que dizia o poeta amazonense Thiago de Mello. Nesta edição especial da Rádio Sumaúma – Reportagem, Maickson Serrão, o Pavulagem, expõe o retrato de uma Amazônia que convive com o sofrimento, a fome e o desespero de ver seus rios, como o Negro, o Solimões e o Tajapós, secando e agonizando.

A reportagem “A grande seca dos rios na Amazônia” mostra que, para tristeza do poeta, não há mais água para apontar os caminhos. Ribeirinho e Indígena nascido na comunidade Vila de Boim, que fica a 12 horas da cidade de Santarém, na Amazônia paraense, Maickson voltou à sua terra natal e mergulhou na realidade de várias comunidades amazônicas para ouvir aqueles que enfrentam as consequências dos fenômenos extremos do clima: seca, morte, escassez de alimentos, falta de água para beber, impossibilidade de navegar nos rios, aulas suspensas. Um cenário que lembra, para muitos deles, a agonia que viveram no período da pandemia de covid-19, isolados e sem perspectivas.

“As pessoas que menos contribuem para o colapso do clima são as que mais sofrem. Como garantir reparação, para que possam manter uma vida digna e de qualidade?”, pergunta Maickson, destacando que os eventos extremos serão cada vez mais frequentes e mais intensos. Para deter a crise e garantir aos povos da floresta o direito à vida, a luta precisa ser coletiva.