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Sumaúma: Jornalismo do Centro do Mundo
Edição 31
quinta-feira, 07 dezembro, 2023
Para ser um líder climático, Lula tem de dizer adeus ao petróleo
Jonathan Watts

A maior Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontece agora em Dubai, com 80 mil participantes discutindo centenas de temas da agenda da crise do clima. No entanto, em última análise, apenas um objetivo importa: reduzir as emissões de carbono o mais rapidamente possível, eliminando gradualmente os combustíveis fósseis e erradicando o desmatamento.

Para usar uma comparação adequada, qualquer coisa além disso é só uma bolha de ar quente. Os participantes da COP-28 podem dizer e prometer tudo o que quiserem sobre tecnologia verde, emissão zero, pagamentos de compensações, estudos científicos e outras iniciativas bem-intencionadas, mas nada disso será eficaz a menos que o mundo suspenda a acumulação de dióxido de carbono e outros gases de aquecimento do planeta na atmosfera. Esse desafio existencial, do qual depende toda a vida na Terra, só pode ser alcançado através da eliminação progressiva do carvão, do petróleo e do gás, além da restauração da saúde das infraestruturas climáticas mundiais: as florestas, os oceanos, os pântanos, as áreas úmidas e os outros centros de vida natural.

Se alguém ainda tinha dúvida sobre a urgência da crise climática, este ano horrivelmente destrutivo certamente fez todos perceberem que não podemos esperar mais um segundo: 2023 já está confirmado como o ano mais quente registrado até hoje e julho foi o mês de temperaturas mais altas em mais de 120 mil anos. Tivemos seca devastadora na Amazônia, inundações no sul do Brasil, ondas de calor nos picos andinos, incêndios no Canadá e morte e destruição em muitas partes do planeta.

Isso é apenas o começo. Se as emissões dos combustíveis fósseis e das florestas continuarem aumentando, as temperaturas seguirão subindo durante décadas – e vamos olhar para 2023 como um dos anos mais frescos de nossa vida. Em breve, não serão só os botos e os peixes morrendo em massa – serão as pessoas. “Estamos apavorados”, afirma, em carta aberta divulgada na COP-28, um grupo de 1.447 cientistas. “Se quisermos criar um futuro habitável, a ação [contra a crise] climática deve passar de algo que os outros fazem para algo que todos nós fazemos.”

Mensagem aos nossos leitores: esta é uma edição especial sobre a COP-28
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