Nossa Voz
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É preciso defender aqueles que defendem a vida
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Querida comunidade,
Quem defende da morte aqueles que defendem a vida? Essa pergunta incomodou a cabeça da equipe de SUMAÚMA nos últimos dois meses, enquanto a repórter paraense Catarina Barbosa e eu percorríamos a história de defensores dos direitos humanos ameaçados de morte no Pará, o estado do Brasil onde mais se mata em conflitos por terra. Escutamos relatos de pessoas que encontraram covas abertas com seus nomes no próprio quintal, tiveram armas apontadas para sua cabeça na frente de filhos e netos, precisaram fugir de suas casas e largar os alimentos que plantaram com as próprias mãos para viver longe de tudo e de todos, capturadas em uma realidade de prisão e medo, enquanto seus algozes seguiam livres e destruindo tudo. É gente que luta com o próprio corpo contra inimigos poderosos para manter a floresta em pé – e, assim, ajuda a garantir a sobrevivência de todas e todos, a vida de pessoas humanas e não humanas. Mas que foi abandonada pelo Estado brasileiro. E humilhada.
Na reportagem especial de SUMAÚMA que abre esta newsletter, mergulhamos no mundo do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), uma política federal criada ainda no primeiro governo Lula, mas que em 2019 passou a ser gerida, no Pará, pelo governo estadual. O principal objetivo do programa seria manter as pessoas seguras, em suas casas, lutando contra os invasores que querem saquear seus territórios e obter lucro com a floresta. Em situações mais graves, em que o risco de morte é iminente, o programa deve retirar os defensores de suas casas e colocá-los em residências provisórias, em uma cidade mantida em sigilo, até que o perigo passe e seja possível voltar. No papel, uma política pública perfeita. Na prática, um programa de direitos humanos que viola os direitos humanos.
É aí que a humilhação ganha contornos ainda mais cruéis, porque parte do próprio Estado. As famílias são colocadas em casas que alagam e onde o esgoto sobe pelos canos; convivem com geladeiras vazias, porque a verba da ajuda de custo do programa não chega ao fim do mês; e precisam suplicar, com dor, para ser levadas ao médico em cidades onde não conhecem nada. Aqueles que defendem o planeta não são defendidos por quase ninguém. Mas, ainda assim, continuam na luta. E querem agora discutir, junto ao governo, maneiras de garantir que sejam tratados com respeito.
O governo federal afirmou a SUMAÚMA que vai reformular a política de proteção aos defensores neste mandato. Algo urgente, mas que não funciona por si só. É preciso investigar, julgar e punir quem destrói os corpos e a alma da floresta, além de retomar a reforma agrária e resolver com celeridade os conflitos que escalam no campo. Isso também passa pela demarcação de terras indígenas.
É preciso aprender com os povos originários – e com quem defende a floresta – a construir um novo mundo.
Um mundo repleto de vida a todas, todos e todes.
Talita Bedinelli
Cofundadora e editora de SUMAÚMA |
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Vozes da Floresta
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Mulheres-terra, mulheres-semente
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Elas assumiram a linha de frente do movimento indígena e ocupam, hoje, cargos centrais no governo federal. Para as guerreiras da ancestralidade, defender seus territórios é defender a vida e o próprio corpo. No Acampamento Terra Livre de 2023, elas exigiram do governo uma política nacional de combate à violência contra mulheres indígenas e começaram a organizar a marcha nacional que farão em setembro. SUMAÚMA documentou esse momento histórico nas imagens dos fotógrafos Matheus Alves e Fernando Martinho
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SUMAÚMA, BRASÍLIA (DF)
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ManioQueen: da raiz à passarela
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O jornalista Maickson Serrão conversa com o artista indígena Sioduhi, do povo Pira-tapuya. Nascido em Mariwá, Terra Indígena Alto Rio Negro (AM), no Médio Uaupés, o estilista criador da marca Sioduhi Studio cresceu no distrito de Iauaretê, viveu alguns anos em São Paulo — onde trabalhou no mundo da moda — e voltou para a Amazônia. Nesta entrevista, ele fala sobre esses movimentos e sua coleção mais recente, a ManioQueen |
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