Jornalismo do centro do mundo

Antes de o Salgueiro entrar no Sambódromo do Rio, o líder e xamã Yanomami Davi Kopenawa quis demonstrar o que ele chamou de aliança por respeito entre seu povo e o povo negro. Sob aplausos, ele e outros 12 Indígenas do território entre o Amazonas e Roraima percorreram a concentração da escola para mostrar alegria pelo acolhimento. Como pediu Davi, o enredo Hutukara falou da sabedoria dos Yanomami, e não só da violência contra eles. O Salgueiro pôs verde no seu vermelho e usou a cor do ouro para falar de morte. Ao lado de militares com caveiras nos quepes, dragas comendo árvores e Indígenas em respiradores ligados à mata, que representavam da destruição provocada pelos governos e pelo garimpo à crise de saúde que continua matando muitos da etnia, desfilaram Omama e Thuëyoma, pai e mãe dos Yanomami, e os xapiri, que os ajudam a cuidar da floresta.

 

Texto: Claudia Antunes
Fotos: Lela Beltrão, Carlos Elias Junior/Fotoarena/Folhapress (10 e 18) e Ricardo Moraes/Reuters (15)
Tradução para o espanhol: Meritxell Almarza
Tradução para o inglês: Sarah J. Johnson
Montagem de página e acabamento: Érica Saboya
Edição: Viviane Zandonadi (fluxo e estilo) e Talita Bedinelli (editora-chefa)
Direção:
Eliane Brum

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