Nossa Voz
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O que somos – e o que podemos ser
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Querida Comunidade SUMAÚMA,
Esta newsletter marca a última edição deste ano de SUMAÚMA – jornalismo do centro do mundo. Com uma equipe muito pequena, inicialmente de 5 pessoas, fizemos o possível (e às vezes o impossível) para lançar essa plataforma de jornalismo sediada na Amazônia antes da eleição histórica no Brasil. Em pouco menos de 3 meses, publicamos 50 reportagens e artigos simultaneamente em 3 línguas.
Chegamos à sétima edição com um número maior de textos do que nas anteriores. E seguiremos crescendo. Nesta edição, temos um furo de reportagem de Talita Bedinelli, editora especial de SUMAÚMA: milhares de indígenas poderão ficar de fora do Censo 2022, entre eles os Yanomami. O jornalista maranhense Ed Wilson estreia em SUMAÚMA como autor da reportagem sobre a incrível fuga de 17 anos de Geraldo Magela de Almeida Filho, o militante da reforma agrária que registrou o assassinato de Dorothy Stang. Catarina Barbosa, jornalista de Belém do Pará, conta por que a extraordinária reXistência de Tanaru, o último sobrevivente de um povo vítima de genocídio, supera sua morte e pode ser decisiva para o destino da floresta.
Temos, ainda, o último capítulo de Natureza no Planalto, uma série em que os povos-floresta fazem suas reivindicações ao presidente eleito. Encerramos com os pedidos de crianças e adolescentes de Altamira a Lula, feitas em parceria com a organização Aldeias, que atua junto às crianças do conjunto habitacional Santa Benedita, e jovens artistas do coletivo Reação de Rua. Mais atingidas por projetos de governos e corporações, assim como pelo crime organizado, crianças e adolescentes raramente são escutadas – nem mesmo pela imprensa. Nesta edição, explicamos por que SUMAÚMA tem como premissa fundamental escutar a nova geração.
Em artigo especial para SUMAÚMA, Daniela Chiaretti, uma das mais respeitadas jornalistas especializadas em meio ambiente, escreve sobre o tratado assinado pelas potências da biodiversidade – Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia. “Pela natureza ou apenas por dinheiro?” é a pergunta espinhosa.
Soledad Barruti, reconhecida jornalista da América Latina, é a autora de uma grande reportagem em que mostra o impacto do trem da Vale, a maior produtora de minério de ferro do mundo, no território do povo Awa Guajá.
Há ainda algo que nos honra muito, a voz de Raoni, talvez a raiz mais velha e sábia dos povos originários, que há décadas denuncia a catástrofe climática a partir da floresta amazônica. Em vídeo gravado por seus netos o grande líder Kayapó envia sua mensagem a Lula.
Nossa próxima newsletter será lançada apenas em 10 de janeiro. Até lá, vamos arrumar a casa porque queremos estar preparadas para fazer muito mais. Mas não deixaremos vocês sem nossa companhia: uma vez por semana haverá uma reportagem, um artigo ou um podcast para nossos leitores.
Agradecemos profundamente quem nos ajudou a semear SUMAÚMA. Não conseguiríamos sem o apoio de cada um de vocês. Que venha 2023. Faremos jornalismo desde a floresta -- e lutaremos com alegria feroz.
Boa leitura!
Eliane Brum |
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Natureza no Planalto
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Lula, escute a nova geração
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As crianças e adolescentes são sujeitos de direitos na lei, mas não na vida cotidiana do Brasil. E não na imprensa. Na Amazônia, elas são as maiores vítimas, junto com as pessoas não humanas, dos projetos destruidores de governos e de corporações nacionais e transnacionais. São também as maiores vítimas do crime organizado, da grilagem (roubo de terras públicas), de madeireiros e da mineração ilegal (e também da legalizada). Se os adultos atingidos mal são escutados, as crianças são ignoradas. Isso precisa mudar. |
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Reportagem
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A incrível saga do amigo de Dorothy Stang obrigado a fugir por 17 anos
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Foragido por 17 anos: A incrível história do ativista da reforma agrária que denunciou o assassinato de Dorothy Stang e foi obrigado a fugir, acusado de um crime que não cometeu. Em entrevista exclusiva à SUMAÚMA, Geraldo Magela de Almeida Filho revela como assumiu uma nova vida e identidade como vendedor de produtos para o agronegócio amazônico. A reportagem de Ed Wilson Araújo mostra o impacto da criminalização dos movimentos sociais na vida de pessoas anônimas. A estratégia é muito usual na Amazônia dominada por uma elite predatória e por órgãos de segurança com frequência desvirtuados a seu serviço. |
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Vozes da Floresta
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Raoni quer conversar com Lula
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Raoni sabe bem que sua luta pela defesa da floresta é uma luta de pressão sobre os governos – de qualquer espectro político. Nesta entrevista, que complementa nossa série Natureza no Planalto, ele dá um recado a Lula, eleito com a ajuda dos povos originários e dos defensores da Amazônia. O líder indígena quer se encontrar com o presidente para conversar sobre suas ações do passado visando ao futuro. |
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Reportagem
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Exclusivo: governo Bolsonaro pode apagar milhares de indígenas do Censo 2022
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Talita Bedinelli revela que, às vésperas do final da coleta de dados do Censo 2022, o IBGE não conseguiu os helicópteros necessários para recensear parte das Terras Indígenas em 3 estados. Entre os povos afetados estão os Yanomami, que vivem uma situação gravíssima causada pela invasão de garimpeiros em seu território. Se ficarem fora do censo, não será possível conhecer o que aconteceu com essas etnias nem será possível planejar políticas públicas eficientes por pelo menos uma década. O apagão estatístico é outra face do genocídio em curso. |
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Perspectiva
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Uma aliança pela natureza ou apenas por dinheiro?
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O recente pacto pelas florestas tropicais assinado por Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia aumenta as esperanças de conservação da Amazônia, mas há preocupações de que o plano possa estar excessivamente focado em créditos de carbono. Daniela Chiaretti busca nas origens dessa nova frente da diplomacia da natureza pistas sobre o rumo que ela tomará. |
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ReXistência
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A luta de Tanaru supera sua morte
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Com a morte de Tanaru, testemunhamos, em 2022, a extinção total de um povo. Mesmo assim, a ânsia predatória do governo Bolsonaro, assim como de grileiros e fazendeiros, não se aplacou. Ao contrário, segue ainda mais forte, agora que entendem que o derradeiro "obstáculo" foi removido. Catarina Barbosa mostra que a resistência do "índio do buraco" ainda pode ajudar a salvar outros povos. Mesmo morto, Tanaru conseguiu uma primeira vitória parcial no Supremo Tribunal Federal. |
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DIÁRIO DE GUERRA
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O trem da Vale rumo ao esquecimento
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Soledad Barruti empreendeu uma jornada ao território dos Awa Guajá. Descobriu que morrem de tristeza e por armas desde que suas terras viraram rota de carga da Vale, a maior mina de minério de ferro do mundo. |
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