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Sumaúma: Jornalismo do Centro do Mundo
EDIÇÃO 09
terça-feira, 24 janeiro, 2023
Como chegamos aos 570 pequenos indígenas mortos
Querida comunidade,

Na última sexta-feira, 20 de janeiro, SUMAÚMA revelou com exclusividade que 570 crianças da etnia Yanomami morreram por causas evitáveis nos quatro anos do governo do extremista de direita Jair Bolsonaro: um aumento de 29%. A reportagem é resultado de quase dois meses de trabalho de nossa equipe.

Depois da publicação, autoridades, imprensa e redes sociais do Brasil e do mundo repercutiram as informações, o presidente Lula anunciou que viajaria a Boa Vista – e foi, no sábado (21), acompanhado de ministras e ministros – e o Ministério da Saúde decretou estado de emergência no território Yanomami. “Não estamos conseguindo contar os corpos”, título da matéria, é o desabafo de um dos profissionais de saúde que entrevistamos, em choque com o que viu e viveu.

De que maneira uma plataforma de jornalismo como SUMAÚMA trata uma reportagem assim, que opera entre a urgência e a delicadeza? Sobre isso achei importante escrever no editorial desta edição, porque mostra quem somos e como nos movemos, algo que nossos leitores precisam saber para fazer suas escolhas. Falei também da arte e da potência que nos ajudam a reXistir. Desde a floresta, a nona newsletter de SUMAÚMA compartilha histórias de beleza, alumbramento, criatividade, novos significados. E a força singela de um viviário.

Boa leitura.

Eliane Brum
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‘Não estamos conseguindo contar os corpos’
Dados obtidos com exclusividade por SUMAÚMA mostram que, durante o governo do extremista de direita Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% no território Yanomami: 570 pequenos indígenas deixaram de existir nos últimos 4 anos por doenças que têm tratamento. As fotos publicadas nesta reportagem foram autorizadas por lideranças Yanomami e os rostos foram borrados, para atenuar o impacto da captura da imagem na cultura Yanomami. Ainda assim, aceitar publicar fotografias de pessoas doentes mostra o quanto as lideranças estão desesperadas. Elas testemunham, dia após dia, seu povo morrer de fome e doença.
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Governo declara situação de emergência e envia Força Nacional do SUS ao território Yanomami
Portaria do Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública de importância nacional, medida adotada em situações semelhantes a epidemias, como a de covid-19. Haverá uma sala de situação com especialistas, e a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) será enviada à região. Fotos e relatos publicados por SUMAÚMA retratam a tragédia humanitária nas aldeias: crianças e velhos, em pele e osso, mal conseguem se equilibrar.
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Maickson Serrão desembarcou em Davos mandando avisar: ‘Cheguei. Tô aqui’ e de ManioQueen
Podcaster de SUMAÚMA, o ribeirinho foi o único amazônida selecionado por um dos maiores programas de voluntariado do mundo, o Global Shapers, para participar do Fórum Econômico Mundial, na Suíça. Ao se preparar para a viagem, Maickson Serrão decidiu que não se fantasiaria de branco. Nada de ternos, portanto. Para vestir a floresta, pediu ajuda ao estilista indígena Sioduhi.
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Sioduhi volta à floresta para enraizar sua arte
Expoente indígena do design de roupas, o estilista que vestiu Maickson Serrão para Davos mostra como o que vestimos é escolha política e conta por que deixar São Paulo no auge da fama nas passarelas é um jeito de evitar ser capturado. Sioduhi voltou para a floresta amazônica, no Acre, para se "desembolhar".
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O governo Lula precisa lidar com os crimes de Belo Monte
Cientistas e pesquisadores independentes da Amazônia alertam para a mitigação urgente dos impactos socioambientais na Volta Grande do Xingu e pedem tratamento digno às famílias atingidas pela hidrelétrica em carta ao presidente Lula.
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Joaquim Melo: o discreto amigo das luzes
‘Nesta época de destruição deliberada da natureza, de consumismo desenfreado, de narcisismo doentio e de metaverso (ou seria mataverso?), Joaquim apostava na formação de leitores. Dava de si tudo o que podia, num gesto de profundo desprendimento, em que o afeto é soberano.’
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