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Sumaúma: Jornalismo do Centro do Mundo
EDIÇÃO EXTRA
terça-feira, 31 janeiro, 2023
Justiça para o povo Yanomami
Querida comunidade,

O genocídio Yanomami, que SUMAÚMA denunciou em 20 de janeiro, precisa ser chamado do que é: genocídio. Nomear é o primeiro passo para que os autores sejam julgados e responsabilizados. Os dados que apuramos apontam para 570 crianças com menos de 5 anos mortas durante o governo Bolsonaro por causas evitáveis: diarreia, desnutrição, malária, verminoses... Quase certamente é bem mais, porque o território sofre também um apagão estatístico. Isso não é fatalidade, não é tragédia, não é drama. É genocídio.

Para esse crime, há leis no Brasil e no sistema penal internacional. Jair Bolsonaro e ministros de seu governo devem ser julgados por genocídio dentro e fora do país, para que, como diz a jurista Deisy Ventura em seu artigo, esse seja o último. Não basta, porém, deixar isso a cargo do governo e das instituições. É preciso que toda a sociedade, todos os grupos, de todos os Brasis se juntem para exigir o julgamento dos responsáveis. Doar recursos e alimentos é importante, oferecer-se como voluntária/o na Força Nacional do SUS é importante, mas não é suficiente. Precisamos — todas, todos, todes — nos engajarmos na luta por justiça. Precisamos não apenas porque é a única atitude ética diante de um genocídio, mas também por nós. Se deixarmos mais um genocídio passar, não haverá país nenhum.

SUMAÚMA Jornalismo do Centro do Mundo documentou o genocídio e segue documentando, com reportagens e artigos, para que nossa comunidade de leitores esteja bem informada sobre a complexidade dos acontecimentos e sobre as implicações de cada ato e, assim, possa se posicionar de forma efetiva. Como vocês sabem, nossa publicação de conteúdos é constante, e as newsletters são quinzenais – a próxima, portanto, chegará na semana que vem. Mas, diante da gravidade do que vivemos e da necessidade de agir com urgência, entregamos hoje uma edição extra que reúne nossa cobertura sobre o genocídio Yanomami.

Nosso desejo é que a comunidade de leitores de SUMAÚMA se articule para encontrar formas, junto a seus coletivos, de pressionar pelo julgamento de Jair Bolsonaro e pessoas de seu governo.

Justiça para o povo Yanomami.

Eliane Brum
Idealizadora e diretora de SUMAÚMA
Leia Aqui
Negar um genocídio é semear o seguinte
Diante da vasta repercussão da crise mais recente da população Yanomami, parte da comunidade jurídica, de forma tardia e constrangida, começa a balbuciar: “agora sim, talvez…”. Como se indícios — e até provas — da destruição em curso já não fossem oferecidos pelos indígenas há tantos anos.
DEISY VENTURA
Como alcançar o céu Yanomami se a imagem capturada está disseminada na internet?
O dramático impasse dos indígenas que, para denunciar seu genocídio ao mundo, precisam correr o risco de não alcançar a felicidade após a morte.
HANNA LIMULJA
Governo Bolsonaro diminuiu acompanhamento médico quando metade das crianças Yanomami estava desnutrida
Dados obtidos com exclusividade por SUMAÚMA mostram que a redução começou no segundo ano da gestão, após o número de crianças com desnutrição bater recorde.
TALITA BEDINELLI
Genocídio Yanomami gera primeiro movimento humanitário de reconstrução do Brasil
Após 4 anos de destruição dos laços de comunidade e solidariedade pelo governo Bolsonaro, colapso sanitário na terra indígena começa a unir brasileiras e brasileiros em torno de uma causa que é também um país.
CATARINA BARBOSA
Governo declara situação de emergência e envia Força Nacional do SUS ao território Yanomami
O presidente Lula viajou a Roraima na manhã de sábado, 21 de janeiro, para avaliar a situação de saúde na Terra Indígena Yanomami. Na sexta, fotos e relatos publicados por SUMAÚMA retrataram o genocídio: crianças e velhos em pele e osso, que mal conseguem se equilibrar.
TALITA BEDINELLI
Como chegamos aos 570 pequenos indígenas mortos por negligência do governo Bolsonaro
De que maneira uma plataforma de jornalismo como SUMAÚMA trata uma reportagem que opera entre a urgência e a delicadeza? Sobre isso achei importante escrever, porque mostra quem somos e como nos movemos, algo que nossos leitores precisam saber para fazer suas escolhas.
ELIANE BRUM
‘Não estamos conseguindo contar os corpos’
Dados obtidos com exclusividade por SUMAÚMA mostram que, durante o governo do extremista de direita Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% no território Yanomami: 570 pequenos indígenas morreram nos últimos 4 anos por doenças que têm tratamento.
ANA MARIA MACHADO, TALITA BEDINELLI, ELIANE BRUM
‘Para mim, o termo mudança climática significa vingança da Terra’
Em entrevista exclusiva a SUMAÚMA, o líder político Davi Kopenawa conta de sua esperança de que Lula tenha se tornado mais sábio para ser capaz de proteger a Amazônia: “Antes, ele errou. Não quero que nos engane novamente”. (publicada em novembro de 2022)
ANA MARIA MACHADO
Quando se inicia um assassinato?
A morte da mãe Yanomami nas ruas de Boa Vista começou por uma estrada rasgada em 1973 pela ditadura empresarial-militar no Brasil. (publicada em novembro de 2022)
ANA MARIA MACHADO
“O plano para acabar com o garimpo na Terra Yanomami está feito. É só falar ‘vamos fazer'”
Analista do IBAMA que trabalha nas operações pontuais feitas pelo governo federal no território afirma que seria possível acabar com a atividade ilegal em seis meses, se houvesse uma ação efetiva. (publicada em setembro de 2022)
TALITA BEDINELLI
‘Por que os garimpeiros comem as vaginas das mulheres Yanomami?’
A pergunta denuncia o horror imposto pela omissão deliberada do governo Bolsonaro à população da maior terra indígena demarcada no Brasil, invadida por cerca de 20 mil mineradores ilegais, acusados de violar as mulheres e a floresta amazônica. Fotos: Pablo Albarenga. Tradução do Yanomami: Ana Maria Machado e Ehuana Yaira Yanomami (publicada em setembro de 2022)
TALITA BEDINELLI
As mulheres gigantes de Ehuana Yanomami
Com sua arte, a artista confronta os “pequenos homens” que violam as mulheres indígenas. (publicada em setembro de 2022)
SUMAÚMA
Bolsonaro despejou os garimpeiros em nossa terra
A Amazônia é única, só tem uma. Os brancos são muito numerosos, mas irão morrer também. As cidades grandes vão ficar alagadas ou ficarão tão quentes que as águas secarão. (publicada em setembro de 2022)
DAVI KOPENAWA YANOMAMI

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